Audrey começou a ler o livro que Carlile havia escrito e que
ela havia pego sem que ele percebesse. Era um livro com crônicas e poesias de
amor, dizendo a solidão que ele sentia, que não suportava o que ele chamava de
“karma”, o fato de nunca ter conseguido sentir o amor para com uma pessoa.
Ela estava encantada e sentindo uma enorme compaixão por
ele. Se esses sentimentos eram reais os dois se pareciam mais do que
imaginavam. Audrey sempre se sentiu sozinha, incompleta, ninguém retribuiu o
amor que ela tinha a oferecer.
Ela se sentia culpada por ter trago Víctor para a casa,
desobedecendo uma das regras de Carlile, por isso estava agindo de forma
estranha com ele, tentando não dizer nada além do necessário. Carlile sabia o
porquê dela estar tão preocupada e agindo estranhamente, mas não quis
interferir.
Carlile entrou no quarto de Audrey a sua procura mas acabou
vendo seu livro no quarto.
Ele foi até onde ela estava para questioná-la sobre o livro.
Carlile: Audrey!
Audrey: Sim, Sr.Waldorf.
Carlile: Por que pegou o livro na estante que disse para não
mexer?
Audrey: Eu...eu… Me Desculpe, eu só vi e me interessei,
minha curiosidade falou mais alto, me desculpa…
Carlile: Você sabe o que eu lhe disse caso desobedecesse
alguma das regras.
Carlile estava muito irritado, odiava ver sua privacidade
sendo violada.
Audrey: Então eu vou ter que…
Carlile: Regras são regras.
Audrey ficou sem chão, teria que sair dali, estava sem ter
onde ficar, de novo.
Audrey: Como fui burra...deveria não ter encostado naquele livro…
Audrey: Estou sem ter onde ficar, de novo!... Talvez eu
mereça essa vida…
Antes de sair, ela sentiu na necessidade de dizer algo para
Carlile.
Audrey: Sr. Waldorf
Carlile: Veio se despedir?
Audrey: Sim, na verdade. E... Mas quero lhe dizer algumas
coisas antes…
Carlile podia simplesmente ler a mente de Audrey, mas queria
ouvir por ela.
Carlile: Diga. Seja rápida por favor.
Audrey: Bem, primeiramente gostaria de pedir desculpas por
ter pego o livro. Mas não me arrependo de ter lido.
Carlile: Como é?
Audrey: É um belo livro… ok, fala sobre solidão, mas
consegue ser belo.Me identifiquei de certa forma com as palavras. O senhor
escreve bem.
Carlile:...
Audrey: E senhor, eu tenho algo a confessar. Mesmo que eu
esteja saindo daqui, mas sinto que tenho que ser honesta.
Carlile: O que quer me contar além de tudo isso?
Audrey: Víctor, o homem o qual o senhor estava fazendo
negócios veio e conversou comigo. Eu meio que continuei a conversa sabendo que
era contra suas regras. Mas me enganei com o caráter dele. Sinto muito. Muito
mesmo. Por tudo.
Carlile:...
Audrey: E...Obrigada pela oportunidade. Por tudo. Sinto
muito por ter estragado tudo. Foi bom estar aqui.
Audrey se vira para ir embora.
Carlile: Audrey.
Audrey: Sim?..
Carlile: Só uma pergunta; por que resolveu me contar tudo
isso?
Audrey: Gosto de ser sincera. Ser boa, principalmente com
quem é bom comigo.
Carlile:...
Audrey sai dali para ir embora.
Carlile aparece na sua frente.
Audrey: Como você..?
Carlile: Você poderá continuar aqui. Mas terá regras novas.
Audrey: Mas Sr Waldorf...
Carlile: Você aceitará as novas regras?
Audrey: Sim! E eu prometo não fazer nada contra o senhor ou
contra as regras. Mas como…?
Carlile: As regras sobre o cuidado com a casa permanecem as
mesmas, mas as novas regras são as seguintes:
●
Você ficará aqui por 6 meses, e nesse tempo eu irei lhe
explicar algumas coisas. No fim, você decide se irá ficar ou não.
●
Iremos fazer nossas refeições noturnas a mesa.
●
Poderá e deverá se socializar comigo.
●
Desde já, me chame de Carlile.
E então? Aceita ficar aqui nessas condições?
Audrey: Sim senhor Waldorf… digo, Carlile.
Carlile: Ok. Fico feliz que tenha decidido a permanecer
aqui.
Audrey: Eu também.
Carlile: Ok. E Audrey.
Audrey: Sim?..
Carlile: Recomendo que comece a ler os livros da prateleira
de cima. Faz parte do que precisa entender.
Audrey: Ok, obrigada!
Carlile: …
Carlile queria se tornar mais próximo dela, ele sentia que
precisava ficar perto dela e conhecê-la.
Dias se passaram e os dois estavam cada vez mais próximos.
Carlile:O que aconteceu com você que a fez ir parar onde eu
te encontrei?
Audrey ficou um pouco constrangida de relembrar onde ela
estava quando conheceu Carlile, e a visão que ela pensava que ele tinha dela.
Audrey: Bem, muitas coisas aconteceram...eu… Perdi
literalmente tudo nestes últimos anos, família, casa, emprego. Não consegui
emprego depois que me demiti. Tinha uma amiga que sempre me encontrava em
mansões, e ela me dizia que tudo era dela. Quando fui despejada, sem
literalmente um tostão, pedi ajuda para ela. Daí ela me disse o que fazia, e me
ofereceu o emp… tudo aquilo. Daí eu fui… ser… hum… bem…
Carlile: Uma prostituta?..
Audrey: Sr. Waldorf… Carlile, me desculpa se estou sendo
atrevida, ou algo do tipo. Mas, não quero que o senhor tenha uma visão errada
de mim. Eu sei que parecia que eu tinha escolhas, eu realmente tinha. Mas eu só
me via morrendo por aí. Eu recusei no início, mas ouvi tiros e fiquei com medo
de morrer… eu só… só fui me dar conta em que havia me metido pouco tempo antes
de… você chegar. Quando aquele cara me puxou, eu estava pensando em como iria
ter que correr para fugir dali… mas daí…
Carlile: Eu apareci e escolhi você.
Audrey: …. Sim….
Carlile: Eu escolhi você aquele dia, e não me arrependo. Não
tenho a visão que você pensa que tenho sobre você. E acho que você talvez tenha
a visão errada sobre mim. Já que estamos
conversando sobre, quero deixar claro que…
Audrey: O senhor não precisa me explicar, juro. Não deve
explicações para mim.
Carlile: Rsrs Por você dizer desse modo, eu vejo que
realmente tem uma visão diferente do que eu gostaria e distorcida da realidade.
Não te trouxe aqui para ter relações sexuais com você. Você apenas me chamou a
atenção e eu a trouxe para cá com outro objetivo. Mas os planos mudaram, e
então, você se tornou a mais nova moradora desta casa.
Audrey estava confusa, pois se Carlile não fazia isso de
trazer as garotas do Fred para dormir com elas, o que ele fazia?
Audrey: Me desculpe a ousadia mas, se você não me trouxe
aqui para… por que me trouxe?
A campainha toca, ele sabia quem era.
Carlile: Há coisas que você ainda tem que descobrir.
Entender. Aprender. Sobre mim e tudo mais. É por isso que te pedi os seis
meses. Preciso que compreenda mais… mais. Tudo no tempo certo. No seu tempo.
Carlile vai atender a porta.
Carlile: O que aconteceu?
Ketrina: Olá para você também. Realmente odeio que consiga
fazer isso, ler a minha mente.
Carlile: Por que está aqui?
Ketrina: Por que você está com uma humana aqui?
Carlile: …
Ketrina: Esqueceu que eu posso sentir, não como você é
claro, mas eu posso.
Carlile: Não interessa a você o que faço aqui, em minha
casa.
Ketrina: Eu sei, mas pensei que seria mais leal a mim.
Carlile: Minha lealdade a você está intacta.
Ketrina: Um humano acabou com minha vida, talvez seria
melhor você parar de subestimá-los.
Carlile: Não os subestimo.
Ketrina: Não vai me convidar para entrar?
Carlile: Ainda não me disse o que quer e porquê está aqui.
Ketrina: Me acharam.
Carlile: Quem?
Ketrina: Os mensageiros.
Carlile: Hemelia e Victor. Então por isso estavam vindo aqui
por estes dias dizendo que queriam que eu assumisse. Estranhei que vieram aqui
apenas para falar desse assunto em particular.
Ketrina: Devem pensar que você sabia onde eu estava.
Carlile: Você vindo aqui não ajuda. Não quero ter problemas.
Ketrina: Você pode ser o rei de tudo, apenas ordene que eu
fique.
Carlile: Sabe que eu não concordo com o que você fez. Não
sou rei de ninguém. Quando me refiro a criar problemas, digo que, não quero ter
que arrancar pescoços hoje, nem amanhã.
Ketrina: Carlile eu sei que não concorda com o que fiz. Sei
que não deveria ter conjurado aquele feitiço para tentar, você sabe, ser como
você. Mas eu preciso de um lugar para ficar, pelo menos por um tempo. Posso lhe
ajudar com alguma coisa, apenas me diga o que, assim poderemos ficar quites em
relação ao passado.
Havia um coisa em especial que Carlile pensou, que ele
gostaria, e então resolveu aceitar a oferta de Ketrina. Ele contou a ela o que
queria, e fez com que ela prometesse seu silêncio.
Ketrina: É isso que quer? Rsrsrs
Carlile: Sim.
Ketrina: Ok então…
Audrey viu uma belíssima garota sentada no sofá, olhando
fixamente para Carlile. Cada curva parecia ser perfeitamente desenhado. Seus
cabelos milimetricamente alinhados.
Carlile: Audrey, essa é Ketrina uma…
Ketrina: Grande amiga de uma longa data.
Carlile: Ela ficará conosco e te ajudará em algumas
questões. Mostre-a o quarto por favor.
Audrey: Aquele quarto?
Carlile: Sim, ele mesmo.
Continua
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